12.04.2012

XVII (III).

espero assunto que a mereça
tão dispensada de todos que andará habituada
a ilegitimidade de coisa muita
digo muito bem habituada
se assim deve ser
entendo-lhe cabeça de maiores temas
intolerâncias de recusa e olhos de fechar
para governo do que há por dentro
incluo que seja feita de importâncias longas
com órgãos mais correctos que os meus
intestinos que se incumbem de melhor coisa
paciência de pevide pois muito ocupada
das mentes porque dos cálculos
boca de temas muito difíceis de poderem
ser conversados
e com paciências que não são de gente
por certo
aqui lhe venho insultar a vénia que experimentou
ainda mal costurada
o alarve de pesar números mais velhos
que a minha idade toda
e entregar-lhe o recibo que espalhou
pela minha vida inteira
tão esquecida de o arrumar na sua
com toda a honra de merecer-lhe tempo
e com o respeito de quem sabe faltar-lho
compreenderá
não devo voltar a ser-lhe pessoa em vida
despeço-me já por haver morrido
daqui a anos
e tão mais do meu ofício de artífice
já hoje
fiz-lhe lenços para assuntos de nariz
e lágrimas
coisas de nunca lhe passarem pela cabeça
caso deva chorar-me
por informação de quem me leia
tanto termo e imprudência
e com a denúncia gravíssima
que descobri pela arte da medição
quando a sua altura me embarrou
na dignidade e soube sentir-me tão menor
por merecê-lo e assim o dever
confirmando com fitas e todas fraudulentas
porque lhe acredito tamanhos mais extensos
por isso lhe digo
tenha precauções nos comprimentos e nos tectos
com rouquidões de o haver já dito
longo e privadíssimo
e agradecido.

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